O Salgueiro, terceira escola da noite, apresentou na Sapucaí a luta dos Yanomamis pela vida. Com o enredo “Hutukara”
O Salgueiro, terceira escola da noite, apresentou na Sapucaí a luta dos Yanomamis pela vida. Com o enredo “Hutukara”, desenvolvido pelo carnavalesco Edson Pereira, a agremiação vermelha e branca apresentou a luta do nosso povo original contra os homens brancos. Como um apelo, a agremiação trouxe o olhar indígena para o Carnaval Carioca.
A comissão de frente do renomado Patrick Carvalho, a floresta acendeu. Trazendo um globo no qual demonstra a luta do povo Yanomami pela vida, a apresentação foi marcada por danças fortes e elemento cenográfico representativo.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira do Salgueiro Sidclei Santos e Marcella Alves , que há dez anos dança junto, representou o alucinógeno. Com um vermelho paixão, o casal apresentou um bailado firme e forte com rituais indígenas que encantou a Marquês de Sapucaí.
O abre alas da agremiação trouxe a harmonia e equilíbrio da floresta. Com uma alegoria luxuosa de plástica perfeita e sustentada sobre um jabuti, significando a sapiência e calma dos indígenas. Com seres prateados, a alegoria trouxe também o grande Deus indígena abençoando seu desfile, o grande Omama.
Com baianas representando as mães Yanomamis, a agremiação trouxe a ala colorida e com flores e flechas, bem dentro de seu enredo.
O segundo carro da agremiação trouxe os Xapiris como representatividade, sendo mais uma alegoria luxuosa da agremiação da Tijuca, trazendo também indígenas com a força feminina através da dança sendo ponto alto do desfile.
A terceira alegoria trouxe como respeito a pintura corporal dos Yanomamis.
A ala do Carlinhos do Salgueiro Maculelê marcou a chegada do homem branco dentro do desfile. Com posições de guerra e um elemento cenográfico dentro da ala, o significado trouxe de rasgando a mata .
A ala de passistas, muito bem vestida, veio representando as águas que foram poluídas ao longo do desfile.
A bateria sob o comando dos mestres Guilherme e Gustavo entrou de frente no recuo e trouxe paradoes ao longo do desfile favorecendo o canto da escola com o samba mais ouvido do ano nas redes sociais. A frente do seu comandos A Rainha das rainhas Viviane Araújo representou o ouro cobiçado, marcando mais uma vez a cobiça do homem branco atrás das riquezas indígenas.
Com uma ala completamente diferenciada, os compositores da agremiação vieram representando os militares que rasgaram as florestas.
A terceira alegoria da vermelha e branca trouxe uma plástica perfeita simbolizando as escavadeiras e tratores que garimpam as terras indigenas.
No quarto carro, a agremiação materializa a crítica proposta no samba com o questionamento da extinção do povo Yanomami sem seus frutos e alimentos
O Salgueiro trouxe a beleza e o dia a dia do povo Yanomami. Seu colorido, seu cotidiano e suas danças. A agremiação não focou nos problemas do povo indígena.
Materia Raphaella Vasconcellos
Colaborador : Alex dos Santos
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