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Art is not a luxury, but a necessity.

A Estacio de Sá iniciou o seu desfile com a tradicional força de seu carro de som comandado por Tigana e Charles Silva e um discurso emocionado de seu presidente Marinho provocando a euforia dos presentes

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Com enredo ” Chão de devoção- orgulho ancestral”,desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Paulo, o berço do samba contou na Sapucaí a linguagem afro sem os simbolos da escravidão.

Com uma abordagem de nova perspectiva, a Estácio trouxe uma outra concepção reforçando a religiosidade afro e novas estratégias de sobrevivência, orgulho ancestral e resistência. Com a comissão de frente denominada ” Cambindas e congoleses- Festejos e rituais em Liberdade e o Novo Destino “, executada pela coreógrafa Ariadne Lax, a agremiação iniciou seu desfile mostrando a representatividade das pretas velhas. São as africanas que passaram suas dores enquanto humanas até virarem entidades como espirito de luz .

Como curiosidade, a comissão composta por quinze componentes aparentes, realizou seis trocas de roupas em suas apresentações.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Feliciano Junior e Thais Romi apresentou na avenida uma fantasia tradicional simbolizando o som do batuque aos ventos da liberdade. Com uma dança clássica e com uma velocidade um pouco maior e seu pavilhão elevado na vertical, o casal representou de maneira fantástica a vermelha e branca na Sapucaí. Com as cores tradicionais da escola, o carro Abre-alas representando a África, Congo e Angola , reafirmou em seu vermelho a cor predominante da agremiação e o solo sagrado das homenageadas Vovó Cambinda e Vovó Maria Conga simbolizando também o resgate da identidade da agremiação com a combinação geográfica da ancestralidade.

Como destaque, a agremiação trouxe sua segunda alegoria com um navio negreiro revestido em veludo e carpete representando a travessia das homenageadas escravizadas e repatriadas no Brasil. Um outro ponto alto e marcante do desfile da agremiação foi a presença dos personagens homenageados Maria Cambinda e Maria Conga na frente da bateria abençoando e simbolizando um passe.

A bateria do Mestre Chuvisco mais uma vez levou para o desfile da Estácio de Sá sua potência tradicional mantendo o samba no alto. Com um super paradão em seu refrão e bossas, o berço do samba arrepiou os estacianos e publico presente.

Com um samba explosivo e direção de harmonia de Yuri Maia, Alexandre Bombado e Eugênio Felipe, a agremiação executou seu desfile de forma empolgante, porém a vermelha e branca do Largo do Estácio apresentou problemas na dispersão ocorrendo atraso de um minuto sendo penalizada conforme o regulamento.

Matéria: Jornalista Raphaella Vasconcellos

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