Rebaixado pela primeira vez, Laíla fala sobre as disputas internas entre carnavalescos da Ilha.
Cabeça da comissão de carnaval diz que cumpriu o que foi combinado com a direção da escola. Já o carnavalesco Cahê Rodrigues aponta Laíla como responsável.
Um carnaval confuso e cercado por disputas internas. Foi assim que Laíla, resumiu o clima que levou ao desfile da União da Ilha do Governador.
“Tenho certeza que cumpri com o que combinei com o presidente da escola. Ia tudo muito bem até a chegada do [carnavalesco] Cahê [Rodrigues], que entrou numa disputa com o Fran Sérgio e o enredo mudou”, disse Laíla em sua casa, onde assistiu à apuração.
O diretor de carnaval, ainda bastante chateado com o resultado 2020, prometeu para a quinta-feira (27), uma coletiva de imprensa para falar melhor sobre os problemas da escola.
“Fui muito bem recebido na Ilha e tudo ia muito bem até a chegada do Cahê. Sempre fui um democrata e tentei unir as propostas. Talvez esse tenha sido o erro”, disse ele sem cravar qual será o seu futuro no carnaval.
Procurado pelo G1, o carnavalesco Cahê Rodrigues falou sobre a citação de Laíla.
“Acho que ele está equivocado na colocação dele. É só entrevistar o diretor do barracão, Luís, ou o presidente, Djalma, que eles vão confirmar que não existe disputa com o Fran Sérgio. A decisão pelo enredo foi do Laíla, o título foi dele, e a plástica dele e do Fran Sérgio. Cheguei a manifestar em uma reunião com o presidente que não concordava com a condução do enredo, mas fui voto vencido. Acontece que ele está querendo tirar o corpo fora, mas quem recebeu carta branca do presidente foi ele. Se tem um único culpado pelo rebaixamento da Ilha é o Laíla. Ficaria mais bonito se ele assumisse”, disse Cahê que não descarta sua permanência na agremiação.
“Queria deixar claro ainda que respeito o Laíla e todos os seus anos de carnaval, mas nessa situação ele é o único culpado. Estou muito chateado com esse rebaixamento e vou ver, contudo, vai ficar. Mas não descarto a possibilidade de lutar e levar a Ilha ao Grupo Especial de novo”, disse.
Em depoimento para o G1 na concentração do desfile, Cahê já tinha dito que o enredo foi ideia de Laíla.
A União da Ilha teve problemas por causa de um carro alegórico que emperrou antes de entrar na avenida e terminou o desfile com atraso.
A escola foi a penúltima escola a desfilar no domingo passado, das 2h30 às 3h20. O enredo foi “Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: Salve-se quem puder!”.
Ao desfilar, a escola de samba fez uma série de questionamentos sobre as promessas feitas por políticos, autoridades e poderosos para resolver problemas sociais, de saúde, emprego, educação e moradia, por exemplo, mas que nunca são colocados em prática. A escola tentou mostrar o desalento de quem vive em comunidade, mas que apesar das dificuldades revela talentos e desenvolvimento.
Matéria tirada do G1
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