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Rainha no Rio e em São Paulo, Camila Silva lamenta situação da folia carioca: ‘A gente tá vendo que tá acabando’

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Nos últimos anos, o mundo do samba acompanhou o crescimento do Carnaval de São Paulo enquanto a folia carioca sofria com a má relação com a prefeitura. Entre as duas maiores festas brasileiras, está Camila Silva, rainha de bateria da Vai-Vai (SP) e da Mocidade Independente (RJ). Ela, que viveu de perto todo esse processo, lamentou o atual momento do Carnaval do Rio e fez um apelo aos dirigentes do evento.

“É uma pena tudo isso que está acontecendo, todo mundo está sofrendo. É ruim, porque é a nossa cultura. E nós temos que mostrá-la. A gente está vendo que a cada ano que passa, está piorando. Não está melhorando. Um ano tira isso, um ano tira aquilo. É patrocinador que está indo embora. A gente está sofrendo porque a gente está vendo que está acabando. Mas eu espero, do fundo do meu coração, que as pessoas que comandam a festa não deixem isso acontecer.”

Enquanto as agremiações de São Paulo ganharam a Fábrica do Samba e garantiram espaço para a produção do Carnaval, as escolas da Série A do Rio perderam seus barracões e viram todo o projeto alegórico atrasar, como é o caso de Alegria da Zona Sul e Santa Cruz. Além disso, o Grupo de Acesso paulista receberá mais dinheiro da prefeitura do que o Grupo Especial carioca.

O poder público destinará cerca de R$ 780 mil a cada agremiação do acesso de São Paulo e R$ 1,1 milhão para as integrantes do especial. Na “cidade maravilhosa”, as

escolas do especial tentam se contentar com R$ 500 mil e as da Série A, R$ 250 mil.

Apesar dos problemas enfrentados, Camila Silva acredita na força de superação e torce pelo sucesso das escolas na Avenida Marquês de Sapucaí. “O Carnaval do Rio de Janeiro, querendo ou não, ainda é o maior Carnaval do mundo”, disse.

Para se dividir entre Vai-Vai e Mocidade, a rainha faz ponte aérea Rio-SP, mas tem privilegiado os treinos de rua da verde e branco da Zona Oeste pela falta dos ensaios técnicos no Sambódromo. “É uma loucura. Mas eu faço às vezes dois domingos em São Paulo e dois domingos aqui. Eu tento dar uma atenção especial ao Rio, já que não temos ensaios técnicos, e lá em São Paulo está tendo.”

 

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