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EVELYN BASTOS – UMA RAINHA COM OS PÉS NO CHÃO

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EVELYN BASTOS – UMA RAINHA COM OS PÉS NO CHÃO

Cria da comunidade, se destaca pela fala afiada e pelo seu engajamento político.

Evelyn vem de uma linhagem legítima de sangue verde e rosa. Sua mãe, Valéria

Bastos, foi rainha de bateria da Mangueira entre 1987 e 1989. Começou na avenida ainda aos 4 anos de idade. Aos 10, foi Rainha de Bateria da Mangueira do Amanhã. Aos 19 subiu ao posto da realeza da samba  substituindo ninguém menos do que a celebridade Gracyanne Barbosa, esposa do pagodeiro Bello.

Em 2012 e 2013 emplacou uma dobradinha que a catapultou para olimpo das celebridades –   foi eleita Musa do Caldeirão do Huck e, no ano seguinte, Rainha do Carnaval. Tem 1,65 de altura, tem 70 quilos, 166 cm de circunferência nas pernas, 108 cm de quadril. Seios turbinados com 450 ml de silicone. Cuida do corpo com disciplina, com rotina de treino pesado na academia, mas sem sacrifícios – já declarou que detesta folhas e não pensa duas vezes na hora de curtir um hambúrguer e uma pizza com os amigos.

O sucesso veio com a simpatia, uma beleza invejável e um samba no pé forjado dentro quadra da escola de samba. Valoriza seus dotes como passista da comunidade mais do que o glamour da realeza.  Mas o que faz de Evelyn uma digna representante da nobreza não é o seu corpo escultural – É uma mulher de fala afiada e com forte consciência de valores de classe e de raça.

Polêmica, já alfinetou que as rainhas com muita pena e com muito peso de fantasia escondem mesmo é falta de talento pro samba. “Para quem é da comunidade quanto menos melhor” (BOL, Carnaval 2018). Fala claramente sobre o comércio de “títulos” de nobreza entre celebridades. Em recente entrevista ao jornal O Globo, afirmou que já lhe ofereceram R$ 600.000 pelo posto. “faz parte das personalidades que se colocam contra…”, faz parte das personalidades do samba que se posicionam contra o governo Bolsonaro. Inclusive, neste ano, foi convidada para puxar Bloco Carnavalesco “Bloco Carnavalesco que destilou”. revolução” dos costumes promovida pela nova elite política brasileira.

Evelyn é professora de Educação Física e está cursando uma segunda graduação em História. Para além do discurso, toca dois projetos na quadra da Mangueira. O ‘Samba, Amor e Caridade’ onde arrecada alimentação e água para moradores de rua no centro da cidade e o ‘Quadril de Molas’, este mais sazonal, com aulas práticas de samba e performance na avenida. O ‘Quadril de Molas’ já percorreu Japão, Argentina e vários países europeus.

Este ano a rainha fez valer o seu discurso na avenida com sua representação de  “Esperança Garcia” (escrava alforriada que foi a primeira advogada do Piauí, no século XVIII) no desfile da Mangueira, campeã do carnaval 2019. Num enredo que trouxe os anônimos da história do Brasil, Evelyn destacou a importância de Esperança no atual cenário político: “representa o pobre, o favelado e, sobretudo, a mulher negra, porque nosso comprovante de residência já sofre um preconceito. Mas resolvemos retratá-la em forma de rainha. É uma homenagem.” (https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2019/noticia/2019/03/05/evelyn-bastos-usa-fantasia-com-tapa-seios-e-dispara-carnaval-nao-e-so-nudez-e-discurso-politico.ghtml).

Condecorada com a Medalha Pedro Ernesto

Por iniciativa do vereador Leonel Brizola (PDT-RJ), Evelyn Bastos recebe, hoje 12/04, as 18;30, a maior honraria da Camara Municipal do Rio de Janeiro – a Medalha Pedro Ernesto. Com reconhecida atuação em projetos sociais no morro da Mangueira, a rainha de bateria consagrou-se como personalidade no mundo do samba com a vitória da verde e rosa este ano. O enredo ‘História para Ninar Gente Grande’ pontuou personagens esquecidos na  história do Brasil. Evelyn veio a frente da bateria representando Esperança Garcia, escrava alforriada no século XVIII que se tornou a primeira advogada no Piauí.

Fotos: Edinho Meirelys

Confrontando a onda de discursos racistas, violentos e misóginos que assolaram o país nos últimos tempos, a fantasia foi defendida no peito e na raça pela Rainha, sobretudo por representar a luta ainda urgente do povo negro e das mulheres brasileiras.

Uns dos homenageados com a Moção escolhidos pela rainha de bateria da mangueira a grande homenageada hoje maior honraria da Câmara Municipal do Rio de Janeiro – a Medalha Pedro Ernesto

Felipe Nascimento
Dhu Costa
Karla Moreno
Larissa Neto
Vivi Assis

O site Samba Conexão News também foi homenageado!

 

 

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